quinta-feira, 8 de julho de 2010

Conclusões do Encontro de Pastoral do Turismo

Reunidos em Ferragudo, de 5 a 8 de Julho de 2010, no Centro Pastoral da Diocese do Algarve, a Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH) e os Secretariados Diocesanos da Pastoral da Mobilidade Humana, abordando o tema: Turismo: oportunidades de evangelização, considerado sob as suas várias dimensões, achamos por bem apresentar à Igreja em Portugal as seguintes sugestões de ordem pastoral:

1. Tendo em conta as orientações da Santa Sé para a pastoral do turismo, que foram apresentadas e comentadas por D. Manuel Quintas, vogal da CEMH, assumimos o turismo como uma realidade incontornável do mundo actual e que já ultrapassa, anualmente, um bilião de pessoas, que a Igreja não ignorou nem pode ignorar na sua acção evangelizadora. Por isso, tendo também em conta a realidade do turismo no nosso país, fazemos as recomendações seguintes:
- Criar, nas dioceses com maior movimento do turismo de lazer e cultural, um grupo dinamizador para a sensibilização e formação das pessoas e instituições da Igreja, em colaboração com a sociedade civil, envolvidas no acolhimento aos turistas;
- Fomentar a informação, usando também as novas tecnologias, das estruturas de acolhimento e seus horários de funcionamento;
- Facilitar a celebração da fé, recorrendo às línguas mais conhecidas dos turistas;
- Manter as igrejas e serviços de acolhimento abertos por mais tempo e em horários convenientes para os visitantes, recorrendo ao voluntariado das comunidades locais, sobretudo das pessoas com conhecimento de outras línguas, preparando-as para esta função;
- Elaborar, em colaboração com as regiões de turismo, roteiros de turismo religioso e cultural na área das dioceses, com inclusão de propostas evangelizadoras.

2. Quanto às peregrinações e santuários, temas apresentados, respectivamente, pelo Mons. Cónego Luciano Gomes Paulo Guerra, Reitor emérito do Santuário de Fátima e pelo Pe. Sezinando Alberto, Reitor do Santuário de Cristo Rei, sublinhamos a importância da peregrinação como expressão de fé na vida do peregrino, tendo um santuário como destino e lugar do encontro com o sagrado. Neste sentido fazemos as recomendações seguintes:
- Acolher e respeitar a pessoa do peregrino na sua forma de expressar a sua procura de Deus;
- Preparar as estruturas de acolhimento no caminho a percorrer pelos peregrinos e no santuário de destino;
- Preparar as celebrações dos santuários de acordo com as orientações litúrgicas da Igreja, tendo em conta a mensagem do respectivo santuário e a piedade popular;
- Formar os agentes do acolhimento e da organização das peregrinações;
- Fornecer informação adequada sobre a mensagem e as ofertas pastorais dos santuários.

3. Constatando que, actualmente, há uma procura crescente das termas como locais de férias e de recuperação da saúde, o Padre Carlos Alberto Godinho, pároco de Luso, apresentou algumas perspectivas de pastoral das termas. Das suas reflexões destacamos as recomendações seguintes:
- As paróquias onde se localizam as termas, em rede e colaboração mútua, devem elaborar o seu projecto pastoral tendo em conta os termalistas, na sua situação de saúde e necessidades espirituais;
- Criar estruturas de acolhimento e acompanhamento em locais acessíveis aos termalistas, em colaboração com os responsáveis das estâncias termais, e preparar voluntários da comunidade paroquial para isso;
- Aproveitar a beleza natural dos locais das termas, que atrai muitos visitantes, como oportunidade de evangelização;
- Promover informação adequada dos serviços ordinários das paróquias, incluindo propostas de iniciativas pastorais para os termalistas.

4. Tendo em conta a reestruturação das comissões da Conferência Episcopal Portuguesa, e dado que estamos a repensar a pastoral em Portugal, sugerimos que, no âmbito da mobilidade humana, também se adequem os secretariados diocesanos respectivos de acordo com as realidades e necessidades pastorais.

5. Propomos que o próximo encontro nacional dos Secretariados diocesanos da mobilidade humana se realize na diocese de Aveiro, de 4 a 7 de Julho de 2011.

Agradecemos à diocese do Algarve com o seu bispo e secretariado diocesano pelo acolhimento e empenho na organização do encontro deste ano, o contributo dos vários oradores e o apoio dos municípios algarvios.

Ferragudo, 8 de Julho de 2010