quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A MISSÃO NA ACÇÃO PASTORAL!

O mês de Outubro é, tradicionalmente, conhecido como o mês das Missões. Tal designação advém do facto de se convidar a Igreja a olhar com uma atenção maior – na sua oração e acção – para a Missão Ad Gentes; isto é, para a missão a realizar noutros Continentes.
Todavia, a Missão é tarefa de toda a Igreja, em todo o tempo e em todo o espaço! Recordemos o que nos diz o Mestre: «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt. 28, 19). Efectivamente, como já, noutras ocasiões, pudemos observar, a Missão é tarefa prioritária da Igreja. E tem de ser, por isso, uma realidade cimeira que devemos privilegiar em termos de vivência comunitária.
Acresce, ainda, que a Igreja Diocesana, de que somos parte, definiu como opção pastoral prioritária a vivência desta mesma realidade pastoral – a Missão! No Plano Pastoral está consignado que importa «Fazer de todo o cristão um apóstolo». Neste sentido, o Programa Pastoral da Diocese – que resulta do Plano trienal – define como objectivos para este ano pastoral «Trazer às comunidades novos “animadores” que rejuvenesçam o nosso dinamismo pastoral».
Ora, quer o Plano, quer o Programa, não foram elaborados a pensar na acção de apenas uns quantos – sejam eles Bispo, Sacerdotes ou apenas alguns Leigos –, mas, sim, a pensar na acção pastoral a desenvolver por todos. Assim sendo, tem de nos ficar obrigatoriamente a questão: como estou eu, em comunhão com a minha Igreja Diocesana, a realizar a missão que Cristo me confia? Não se pretende, entendamos, criar novas estruturas que respondam a este compromisso, como se esta acção necessitasse de novos organismos. Trata-se, sim, de mobilizar cada cristão e cada estrutura Paroquial – das que estão já organizadas, seja qual for a sua missão particular – no sentido de todos corresponderem a tal compromisso pastoral. Havemos, então, de nos questionar muito seriamente se estamos a ser fiéis a Cristo e à sua Igreja, visível em nós e presidida pelo pastor que o Senhor quis colocar à sua frente. Temos de ser evangelizadores e, consequentemente, de viver a Missão, a partir da nossa própria experiência pessoal – a vida familiar, laboral, de compromisso social, político, económico ou de qualquer outra natureza. Depois, a pertença a qualquer grupo da Paróquia, antes mesmo de objectivos particulares, há-de corresponder a este grande objectivo Diocesano. Cada grupo, ou organismo, realiza-o segundo o carisma que lhe é próprio, sem subverter a sua natureza, porquanto tal objectivo é transversal a toda a acção da Igreja.
Além disso, assume-se aqui, igualmente, a necessidade primeira do tempo e do espaço em que nos é dado viver – a urgência de uma nova Evangelização, como bem a definiu o Papa João Paulo II, de feliz memória. O tempo hodierno não se satisfaz com vivências meramente rituais, ainda que as reclame! Urge facultar aos nossos conterrâneos e contemporâneos razões para acreditar! Estamos nós conscientes desta urgência? Ou satisfazemo-nos com as respostas tradicionais que, em boa medida, configuram muito da nossa vivência comunitária? Não deixo, ainda, de ir mais longe nestes questionamentos: que futuro para a Missão na Paróquia? Que novos rasgos para a acção pastoral necessitamos de implementar? E com que empenhamento pessoal e colectivo? A Missão da Igreja é tarefa de todos! No início de um novo ano pastoral, que ninguém encontre desculpas para se recusar a abraçar a Missão que lhe cabe! A partilha e acção de todos é que tornarão viva – e mais a fiel a Cristo! – a tarefa que é de toda a Comunidade!


Pe. Carlos Alberto Godinho

1 comentário:

laureana silva disse...

Também assim penso padre, quem me dera poder dar mais de mim pois o que dou actualmente não me satisfaz.
A graça do Senhor esteja com todos e
faça despertar muitas e santas vocações.