sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PROGRAMA PASTORAL 2010/2011 (Introdução)

O presente ano pastoral – 2010/2011 – será vivido, nas Comunidades Paroquiais de Luso e Pampilhosa, sob o lema: A Comunidade Vive da Palavra.
Pretende-se, essencialmente, que toda a vida paroquial, concretamente nos seus diversos grupos e movimentos, seja marcada por um renovado e sério aprofundamento Bíblico. A Palavra de Deus é a fonte da vida dos cristãos e, consequentemente, de cada Comunidade Cristã. Sentindo que ainda é muito frágil, para a grande maioria dos baptizados, o conhecimento da Palavra revelada, pela qual Deus «vem amorosamente ao encontro dos Seus filhos e conversa com eles» (DV. 21), importa fazer deste ano pastoral, se necessário prolongando-o para os próximos anos, um verdadeiro «Ano Bíblico».
Neste sentindo, corresponderemos às intuições da Igreja, expressas no Vaticano II, que sempre considerou a Sagrada Escritura, juntamente com a Sagrada Tradição, «como regra suprema da fé» (DV. 21), convidando-nos a fazer da Palavra de Deus «o fundamento de toda a pregação eclesiástica», bem como de «toda a religião cristã» (DV. 21), pois que estas se alimentam da «palavra do próprio Deus» (DV. 21). A Palavra revelada, enquanto «inspirada por Deus e escrita de uma vez para sempre» (DV. 21), é «apoio e vigor da Igreja», «fortaleza da fé» para os seus filhos, «alimento da alma», «fonte pura e perene da vida espiritual» (DV. 21).
O pároco, após alguma reflexão pessoal, entretanto partilhada com alguns dos organismos de pastoral, particularmente com as Comissões Permanentes dos Conselhos Pastorais, sentiu que esta era a hora propícia para encetar esta caminhada, logo corroborada por estes que, segundo os suas competências, representam as Comunidades Paroquiais no âmbito da corresponsabilidade pastoral.
Por outro lado, a nossa Diocese convida-nos, no presente ano pastoral, a sermos testemunhas de Cristo – «Sereis Minhas Testemunhas». Ora, só o seremos se conhecermos verdadeiramente Aquele a quem queremos testemunhar, mediante uma sincera configuração com a Sua Pessoa. É que, em última instância, o conhecimento das Escrituras significa o conhecimento de Cristo, pois que Ele é o Verbo incarnado do Pai (cf. Jo. 1, 14); ou ainda o «Verbo eterno, que ilumina todos os homens» (DV. 4), consumando «a obra de salvação que o Pai lhe confiou» (DV. 4). Ao invés, como dizia São Jerónimo, «o desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo»[1].
Neste sentido, o Antigo Testamento prepara a vinda de Cristo, pois que a primeira aliança com o Povo de Israel é imagem e prefiguração da definitiva e eterna aliança que Deus estabelece com todos os homens, mediante o Mistério Pascal do Seu próprio Filho (cf. DV. 14). Ou seja, «a economia do Antigo Testamento estava ordenada, mais que tudo, a preparar, a anunciar profeticamente, e a significar com várias figuras a vinda de Cristo Redentor universal e do Reino Messiânico» (DV. 15).
O Novo Testamento, por seu turno, «enquanto testemunho perene e divino» (DV. 17), manifesta a plenitude dos tempos, «em que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade» (DV. 17), em que «Cristo instaurou na terra o Reino de Deus, manifestou o Pai e manifestou-se a Si mesmo com palavras e obras, e completou a Sua obra com a morte, ressurreição e gloriosa ascensão e com a missão do Espírito Santo» (DV. 17). E é, então, esta palavra, da Nova Aliança em Jesus Cristo, que nos congrega como Igreja (cf. DV. 17), faz de nós testemunhas (cf. DV. 17), desperta a nossa fé (cf. DV. 17) e nos faz viver a radical esperança cristã, pois que nos centra n’Aquele, o único, que tem palavras de vida eterna (cf. Jo. 6, 68).
Exposto isto, este Ano Bíblico há-de conduzir-nos a uma tríplice atitude, não fragmentada, mas articulada entre si: a necessidade de conhecer a Escritura para reconhecer o rosto de Cristo, que revela plenamente o amor do Pai; celebrar o mesmo Cristo, particularmente na actualização do Mistério Pascal – a eterna e definitiva aliança que a Escritura expõe diante de nós – e que se realiza de um modo especial no Mistério Eucarístico; impelir-nos a viver o testemunho cristão, em conformidade com os valores do Reino que Cristo anuncia e realiza na Sua pessoa, para sermos verdadeiras testemunhas do Reino já presente e que aguardamos em jubilosa esperança, até à sua plena consumação. Conhecer, celebrar e viver são, pois, os âmbitos indissociáveis de um mesmo e único percurso de aprofundamento Bíblico.
Uma vez que a destinatária desta acção é a Comunidade Paroquial e, na articulação da diversidade de carismas, ministérios e serviços que esta compreende, a pluriforme manifestação da sua identidade, definimos alguns conteúdos específicos, que intitulámos do seguinte modo: a) O cristão como testemunha de Cristo; b) a Palavra que congrega; c) a Palavra anunciada; d) a Palavra proclamada; e) a Palavra celebrada; f) a Palavra vivida; g) a Palavra que renova. Se é certo que a cada item correspondem destinatários específicos, é igualmente certo que a Comunidade Paroquial, enquanto «Corpo de Cristo» (cf. LG. 7) visível num determinado território, está implicada, na sua totalidade, em cada um deles.
Todavia, não basta a vontade de um ou de alguns – sejam o pároco, Conselhos Pastorais, Catequistas, ou de apenas alguns outros – para que estes projectos dêem os seus frutos. É necessário o efectivo empenhamento de todos, seja na concretização do que se propõe, seja na capacidade de enriquecer estas propostas com a generosidade e criatividade própria de cada um. A preocupação pastoral foi a de não acrescentar novos grupos aos já existentes, ainda que possam e devam surgir pequenas células de reflexão Bíblica ao nível familiar ou de vizinhança, mas sim de propor uma caminhada centrada na Palavra de Deus àqueles que integram já os dinamismos paroquiais. Sem esquecer, obviamente, muitos daqueles que não estando directamente ligados à vida da Comunidade Paroquial, para ela devem ser chamados e cativados, na descoberta profunda da sua identidade de baptizados, em ordem a uma assunção da verdadeira e frutuosa vida cristã. Só assim a Paróquia se torna verdadeiramente missionária, correspondendo à primeira obrigação que Cristo confiou aos seus discípulos - «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt. 28, 19 – 20).
Como recursos essenciais para a caminhada que agora se propõe, sugerimos a leitura e reflexão dos seguintes elementos: a Bíblia Sagrada; a Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina – «Dei Verbum» – do Vaticano II; e o Curso de Iniciação à Leitura da Bíblia, da autoria de «La Casa de la Bíblia», traduzido pelo Pe. Idalino Simões e publicado pela Gráfica de Coimbra. Ao longo do ano, sempre que se justificar, outros subsídios irão sendo propostos, particularmente algumas publicações dos Franciscanos Capuchinhos, cujos materiais podem ser de inestimável ajuda à caminhada que nos propomos.
Muito embora estejam aqui presentes as aspirações essenciais do plano pastoral para este ano, acrescem-lhe, ainda, outras acções propostas pela Conferência Episcopal e pela recente visita do Papa Bento XVI a Portugal. A seu tempo equacionaremos a distribuição do documento Repensar juntos a Pastoral da Igreja em Portugal, da Conferência Episcopal Portuguesa e os textos das homilias e discursos do Sumo Pontífice, aquando da sua visita ao nosso país. Anuímos, assim, ao convite que nos é dirigido pela Igreja em Portugal e igualmente veiculado pelo nosso Bispo, no programa pastoral da Diocese para o ano em curso. Mas tão pouco estas propostas de reflexão se distanciam do objectivo central que agora nos é proposto. Só mediante a reflexão da Palavra de Deus adequaremos a nossa acção pastoral às necessidades presentes da Igreja, ao mesmo tempo que a palavra do Papa nos estimulará a empenharmo-nos neste caminho, como forma de assumir a nossa identidade cristã e de a testemunharmos no mundo actual.
Que o Espírito Santo de Deus, que o Senhor Jesus Ressuscitado soprou sobre os Seus discípulos (cf. Jo. 20, 22), nos abra o entendimento e nos dê a coragem de percorrer o caminho de renovação pessoal e comunitária que aqui se propõe. Sirva-nos de exemplo, nesta convicção interior, a expressão de Maria que, diante da vontade de Deus exclamou sem qualquer hesitação: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra» (Lc. 1, 38).
Também a ela, Mãe e modelo da Igreja (cf. LG. 53) confiamos as nossas intenções, na esperança de que o ano presente nos permita um verdadeiro encontro com o seu Filho Jesus Cristo, «nosso Cordeiro Pascal» (Cor. 5, 7), que por nós, amorosamente, foi imolado.


Luso e Pampilhosa, 27 de Outubro de 2010

Pe. Carlos Alberto da Graça Godinho
Pároco


OBS. Em anexo segue grelha com a programação pastoral.

[1] S. Jerónimo, Com. in Is. prol.: PL 24, 17.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Curso Bíblico

Está já disponível, nas sedes de Paróquia, o Curso de Introdução à Leitura da Bíblia, de La Casa de La Bíblia, traduzido pelo Pe. Idalino Simões e eitado pela Gráfica de Coimbra. Quem desejar adquirir deve dirigir-se às respectivas Igrejas Paroquiais.
Oportunamente farei, também, a sugestão de uma caminhada com o Evangelista do ano litúrgico que vai iniciar-se em breve - São Mateus.

Esperamos fazer uma bela caminhada bíblica o longo deste ano.

Também em breve espero publicar aqui o Programa Pastoral já apresentado às Comunidades.

Entretanto, não esuqueçamos o nosso lema para o ano pastoral: A Comunidade Vive da Palavra.
O Pároco:
Pe. Carlos Alberto Godinho

sábado, 16 de outubro de 2010

«A Comunidade Vive da Palavra!» - Ano Pastoral 2010/2011

XXIX DOMINGO COMUM
ANO C
(17.10.2010)

- A Comunidade, como se referiu já, escolheu para este ano pastoral a afirmação: «A Comunidade Vive da Palavra».

- São Paulo, na Carta a Timóteo – 2ª Leitura de hoje –, refere-nos: «Caríssimo: permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. (…) Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras» (2Tim. 3, 14. 16 – 17)

. Aqui se sublinham a importância da Escritura e da Tradição, como suportes da vivência da fé.

- Por outro lado, ainda, as duas outras leituras – 1ª Leitura e Evangelho – são um convite insistente à oração, e oração perseverante, como forma de permanecer e crescer neste mesmo dom da fé – acolhimento dos dons de Deus e compromisso com o Seu Reino.

- Como articular todos estes aspectos, aparentemente dispersos?

1 – Em primeiro lugar, cada um de nós é chamado à comunhão íntima com Deus através da oração, mediante a qual Deus nos escuta e nos fala, «numa verdadeira aliança entre Deus e o homem, em Cristo» (CIC. 2564).

. E se assume centralidade na vida cristã a celebração comunitária, mormente a Eucaristia (cf. SC 10);
. Também a oração pessoal assume carácter vital para o crescimento como cristãos.

- Mas a nossa oração pode enfermar, quantas vezes, da falta de persistência, da centralidade de nós mesmos – presos às nossas dificuldades e problemas -, incapazes de ouvir a voz de Deus.

- Ora, Deus reponde a cada um, segundo a sua condição e suas necessidades.

. E se reponde mediante a moção do Seu Espírito;
. Responde também mediante a Sua Palavra.

- Na Palavra de Deus – a Escritura – nós encontramos a perene voz de Deus, que «fala aos homens como a amigos e dialoga com eles, para os convidar à comunhão com Ele e nela os receber» (DV. 2).

2 – É assim que a Sagrada Escritura há-de assumir centralidade na vida dos cristãos – no diálogo com Deus e na fidelidade à Sua palavra.

- Por isso nos diz a Igreja, na Dei Verbum, do Vaticano II:

«A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13)» (DV. 21).

. A redescoberta da Sagrada Escritura, como «regra suprema a da fé»;

. É hoje, para nós a «imutável palavra do próprio Deus»;

. Por isso, tem de assumir centralidade em toda a vida cristã.

- Neste sentido, continua o Concílio, na mesma Dei Verbum:

«É necessário, por isso, que todos os clérigos e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como os diáconos e os catequistas, se consagram legitimamente ao ministério da palavra, mantenham um contacto íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo aturado, a fim de que nenhum deles se torne «pregador vão e superficial da palavra de Deus, por não a ouvir de dentro» (4), tendo, como têm, a obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados as grandíssimas riquezas da palavra divina, sobretudo na sagrada Liturgia. Do mesmo modo, o sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis, mormente os religiosos, a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo» (5). Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos» (DV. 25)

- Também aqui entendemos a advertência de São Paulo a Timóteo – a leitura das Escrituras não nos remete apenas para a oração, como se indica, embora deva pressupô-la;

- Mas é a referência para a toda a nossa vida cristã: «útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça» (2Tim. 3, 16).

- Ao propormo-nos viver um ano especialmente bíblico, queremos viver esta dupla dimensão: orar, na escuta da Palavra de Deus e assumir o compromisso cristão, segundo a mesma Palavra. Que o Espírito nos ilumine conceda tal graça.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Conclusões do Encontro de Pastoral do Turismo

Reunidos em Ferragudo, de 5 a 8 de Julho de 2010, no Centro Pastoral da Diocese do Algarve, a Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH) e os Secretariados Diocesanos da Pastoral da Mobilidade Humana, abordando o tema: Turismo: oportunidades de evangelização, considerado sob as suas várias dimensões, achamos por bem apresentar à Igreja em Portugal as seguintes sugestões de ordem pastoral:

1. Tendo em conta as orientações da Santa Sé para a pastoral do turismo, que foram apresentadas e comentadas por D. Manuel Quintas, vogal da CEMH, assumimos o turismo como uma realidade incontornável do mundo actual e que já ultrapassa, anualmente, um bilião de pessoas, que a Igreja não ignorou nem pode ignorar na sua acção evangelizadora. Por isso, tendo também em conta a realidade do turismo no nosso país, fazemos as recomendações seguintes:
- Criar, nas dioceses com maior movimento do turismo de lazer e cultural, um grupo dinamizador para a sensibilização e formação das pessoas e instituições da Igreja, em colaboração com a sociedade civil, envolvidas no acolhimento aos turistas;
- Fomentar a informação, usando também as novas tecnologias, das estruturas de acolhimento e seus horários de funcionamento;
- Facilitar a celebração da fé, recorrendo às línguas mais conhecidas dos turistas;
- Manter as igrejas e serviços de acolhimento abertos por mais tempo e em horários convenientes para os visitantes, recorrendo ao voluntariado das comunidades locais, sobretudo das pessoas com conhecimento de outras línguas, preparando-as para esta função;
- Elaborar, em colaboração com as regiões de turismo, roteiros de turismo religioso e cultural na área das dioceses, com inclusão de propostas evangelizadoras.

2. Quanto às peregrinações e santuários, temas apresentados, respectivamente, pelo Mons. Cónego Luciano Gomes Paulo Guerra, Reitor emérito do Santuário de Fátima e pelo Pe. Sezinando Alberto, Reitor do Santuário de Cristo Rei, sublinhamos a importância da peregrinação como expressão de fé na vida do peregrino, tendo um santuário como destino e lugar do encontro com o sagrado. Neste sentido fazemos as recomendações seguintes:
- Acolher e respeitar a pessoa do peregrino na sua forma de expressar a sua procura de Deus;
- Preparar as estruturas de acolhimento no caminho a percorrer pelos peregrinos e no santuário de destino;
- Preparar as celebrações dos santuários de acordo com as orientações litúrgicas da Igreja, tendo em conta a mensagem do respectivo santuário e a piedade popular;
- Formar os agentes do acolhimento e da organização das peregrinações;
- Fornecer informação adequada sobre a mensagem e as ofertas pastorais dos santuários.

3. Constatando que, actualmente, há uma procura crescente das termas como locais de férias e de recuperação da saúde, o Padre Carlos Alberto Godinho, pároco de Luso, apresentou algumas perspectivas de pastoral das termas. Das suas reflexões destacamos as recomendações seguintes:
- As paróquias onde se localizam as termas, em rede e colaboração mútua, devem elaborar o seu projecto pastoral tendo em conta os termalistas, na sua situação de saúde e necessidades espirituais;
- Criar estruturas de acolhimento e acompanhamento em locais acessíveis aos termalistas, em colaboração com os responsáveis das estâncias termais, e preparar voluntários da comunidade paroquial para isso;
- Aproveitar a beleza natural dos locais das termas, que atrai muitos visitantes, como oportunidade de evangelização;
- Promover informação adequada dos serviços ordinários das paróquias, incluindo propostas de iniciativas pastorais para os termalistas.

4. Tendo em conta a reestruturação das comissões da Conferência Episcopal Portuguesa, e dado que estamos a repensar a pastoral em Portugal, sugerimos que, no âmbito da mobilidade humana, também se adequem os secretariados diocesanos respectivos de acordo com as realidades e necessidades pastorais.

5. Propomos que o próximo encontro nacional dos Secretariados diocesanos da mobilidade humana se realize na diocese de Aveiro, de 4 a 7 de Julho de 2011.

Agradecemos à diocese do Algarve com o seu bispo e secretariado diocesano pelo acolhimento e empenho na organização do encontro deste ano, o contributo dos vários oradores e o apoio dos municípios algarvios.

Ferragudo, 8 de Julho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Peregrinação a Santiago de Compostela

As Paróquia de Luso e Pampilhosa rumaram, nos dias 19 e 20 de Junho, a Santiago de Compostela. Eram claros os objectivos desta Peregrinação: «encerrar, com alegria, o Ano Sacerdotal, ano em que todos fomos convidados a fazer oferta de nós próprios a Deus, por Jesus Cristo, e de todo o nosso agir, vivendo mais conscientemente a nossa vocação de baptizados, pois que pelo baptismo fomos configurados com Cristo Profeta, Sacerdote e Rei; celebrar o Ano Santo Jacobeu, vivendo uma maior confiança em Deus, na prática da justiça e da solidariedade e numa sincera conversão de coração; partilhar a experiência de encontro humano e criar laços de fraternidade mais fortes e profundos entre os membros de cada Comunidade Paroquial, bem como entre Comunidades que são servidas por um mesmo pastor; aproveitar as riquezas históricas, arquitectónicas, naturais e espirituais a visitar, de modo a que a experiência de viagem se tornasse fonte de enriquecimento pessoal - humano, cultural e espiritual».
Podemos dizer que estes objectivos foram claramente alcançados, permitindo uma vivência profunda da fé, da comunhão fraterna e da alegria, conscientes que só assim tem sentido peregrinarmos, não apenas aos grandes centros de peregrinação, mas, essencialmente, ao que eles significam - a casa do Pai, enquanto meta de toda a vida da Igreja. Neste sentido, passar a «Porta Santa», conscientes das palavras de Jesus: «Eu sou a porta, se alguém passar por mim, será salvo» (Jo. 10, 9), não se cingiu meramente a um acto simbólico-cultural, mas assumiu o cariz de significativo convite à conversão pessoal e eclesial. Peregrinar, nestes tempos, a Santiago, torna-se, ainda que em novos moldes, uma experiência igualmente rica de profundo significado espiritual, à semelhança de outras épocas.

quarta-feira, 2 de junho de 2010




Acto de Confiança e Consagração dos Sacerdotes ao Imaculado Coração de Maria


Oração do Papa Bento XVI

Igreja da Santíssima Trindade - Fátima
Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

Mãe Imaculada,
neste lugar de graça,
convocados pelo amor do vosso Filho Jesus,
Sumo e Eterno Sacerdote, nós,
filhos no Filho e seus sacerdotes,
consagramo-nos ao vosso Coração materno,
para cumprirmos fielmente a Vontade do Pai.

Estamos cientes de que, sem Jesus,
nada de bom podemos fazer (cf. Jo 15, 5)
e de que, só por Ele, com Ele e n’Ele,
seremos para o mundo
instrumentos de salvação.

Esposa do Espírito Santo,
alcançai-nos o dom inestimável
da transformação em Cristo.
Com a mesma força do Espírito que,
estendendo sobre Vós a sua sombra,
Vos tornou Mãe do Salvador,
ajudai-nos para que Cristo, vosso Filho,
nasça em nós também.

E assim possa a Igreja
ser renovada por santos sacerdotes,
transfigurados pela graça d'Aquele
que faz novas todas as coisas.

Mãe de Misericórdia,
foi o vosso Filho Jesus que nos chamou
para nos tornarmos como Ele:
luz do mundo e sal da terra
(cf. Mt 5, 13-14).

Ajudai-nos,
com a vossa poderosa intercessão,
a não esmorecer nesta sublime vocação,
nem ceder aos nossos egoísmos,
às lisonjas do mundo
e às sugestões do Maligno.

Preservai-nos com a vossa pureza,
resguardai-nos com a vossa humildade
e envolvei-nos com o vosso amor materno,
que se reflecte em tantas almas
que Vos são consagradas
e se tornaram para nós
verdadeiras mães espirituais.

Mãe da Igreja,
nós, sacerdotes,
queremos ser pastores
que não se apascentam a si mesmos,
mas se oferecem a Deus pelos irmãos,
nisto mesmo encontrando a sua felicidade.
Queremos,
não só por palavras mas com a própria vida,
repetir humildemente, dia após dia,
o nosso « eis-me aqui».

Guiados por Vós,
queremos ser Apóstolos
da Misericórdia Divina,
felizes por celebrar cada dia
o Santo Sacrifício do Altar
e oferecer a quantos no-lo peçam
o sacramento da Reconciliação.

Advogada e Medianeira da graça,
Vós que estais totalmente imersa
na única mediação universal de Cristo,
solicitai a Deus, para nós,
um coração completamente renovado,
que ame a Deus com todas as suas forças
e sirva a humanidade como o fizestes Vós.

Repeti ao Senhor aquela
vossa palavra eficaz:
« não têm vinho » (Jo 2, 3),
para que o Pai e o Filho derramem sobre nós,
como que numa nova efusão,
o Espírito Santo.

Cheio de enlevo e gratidão
pela vossa contínua presença no meio de nós,
em nome de todos os sacerdotes quero,
também eu, exclamar:
« Donde me é dado que venha ter comigo
a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).

Mãe nossa desde sempre,
não Vos canseis de nos visitar,
consolar, amparar.
Vinde em nosso socorro
e livrai-nos de todo o perigo
que grava sobre nós.
Com este acto de entrega e consagração,
queremos acolher-Vos de modo
mais profundo e radical,
para sempre e totalmente,
na nossa vida humana e sacerdotal.

Que a vossa presença faça reflorescer o deserto
das nossas solidões e brilhar o sol
sobre as nossas trevas,
faça voltar a calma depois da tempestade,
para que todo o homem veja a salvação
do Senhor,
que tem o nome e o rosto de Jesus,
reflectida nos nossos corações,
para sempre unidos ao vosso!

Assim seja!



Papa Bento XVI em Fátima



ORAÇÃO A NOSSA SENHORA


Senhora Nossa
e Mãe de todos os homens e mulheres,
aqui estou como um filho
que vem visitar sua Mãe
e o faz na companhia
de uma multidão de irmãos e irmãs.
Como sucessor de Pedro,
a quem foi confiada a missão
de presidir ao serviço
da caridade na Igreja de Cristo
e de confirmar a todos na fé
e na esperança,
quero apresentar ao vosso
Coração Imaculado
as alegrias e esperanças
e também os problemas e as dores
de cada um destes vossos filhos e filhas,
que se encontram na Cova da Iria
ou nos acompanham de longe.
Mãe amabilíssima,
Vós conheceis cada um pelo seu nome,
com o seu rosto e a sua história,
e a todos quereis com
a benevolência maternal
que brota do próprio coração de Deus Amor.
A todos confio e consagro a Vós,
Maria Santíssima,
Mãe de Deus e nossa Mãe.
O Venerável Papa João Paulo II,
que Vos visitou três vezes, aqui em Fátima,
e agradeceu a «mão invisível »
que o libertou da morte
no atentado de treze de Maio,
na Praça de São Pedro, há quase trinta anos,
quis oferecer ao Santuário de Fátima
uma bala que o feriu gravemente
e foi posta na vossa coroa de Rainha da Paz.
É profundamente consolador
saber que estais coroada
não só com a prata
e o oiro das nossas alegrias e esperanças,
mas também com a bala
das nossas preocupações e sofrimentos.
Agradeço, Mãe querida,
as orações e os sacrifícios
que os Pastorinhos
de Fátima faziam pelo Papa,
levados pelos sentimentos
que lhes infundistes nas aparições.
Agradeço também todos aqueles que,
em cada dia,
rezam pelo Sucessor de Pedro
e pelas sua intenções,
para que o Papa seja forte na fé,
audaz na esperança e zeloso no amor.
Mãe querida de todos nós,
entrego aqui no vosso Santuário de Fátima,
a Rosa de Oiro
que trouxe de Roma,
como homenagem de gratidão do Papa
pelas maravilhas que o Omnipotente
tem realizado por Vós
no coração de tantos que peregrinam
a esta vossa casa maternal.
Estou certo que os Pastorinhos de Fátima,
os Beatos Francisco e Jacinta
e a Serva de Deus Lúcia de Jesus
nos acompanham nesta hora de prece
e de júbilo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Visita de Bento XVI a Portugal - 11 a 14 de Maio de 2010


Visita de Bento XVI a Portugal
11 a 14 de Maio de 2010

P R O G R A M A

11 de Maio de 2010

Lisboa

11h00 – Chegada ao aeroporto da Portela.
12h45 - Cerimónia de boas vindas, no Mosteiro dos Jerónimos
13h30 - Visita de cortesia ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém
18h15 - Celebração da Missa, Terreiro do Paço

12 de Maio de 2010

Lisboa

10h00 – Encontro com o mundo da cultura, no Centro Cultural de Belém
12h00 - Encontro com o Primeiro-Ministro, na Nunciatura Apostólica.
16h40 – Partida de helicóptero para Fátima

Fátima

17h30 - Chegada à Capelinha das Aparições
18h00 – Vésperas com padres, religiosos, seminaristas e diáconos na igreja da Santíssima Trindade
21h30 - Recitação do Rosário e a Procissão das Velas. Eucaristia presidida pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano

13 de Maio de 2010

Fátima

10h00 – Missa da Peregrinação Internacional Aniversária
13h00 - Almoço com os Bispos de Portugal
17h00 - Encontro com os membros de organizações da Pastoral Social, na igreja da Santíssima Trindade
18h45 – Encontro com os Bispos de Portugal, na Casa de Nossa Senhora do Carmo

14 de Maio de 2010

Fátima

08h00 – Despedida da Casa de Nossa Senhora do Carmo

Porto

09h30 - Chegada ao heliporto da Serra do Pilar, em Gaia
10h15 – Missa na Avenida dos Aliados.
13h30 – Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional do Porto,
14h00 – Partida do avião da TAP

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010